Com 35 anos dedicados ao voleibol, Dema é o técnico em atividade mais vitorioso de todas as modalidades no Estado. Só nos Jogos Escolares são mais de 20 títulos na categoria A, que levaram o colégio à etapa nacional conquistando seis títulos nos Jogos Escolares da Juventude. Nos Jogos Abertos, à frente da equipe de Maringá, o técnico tem 27 títulos e nos Jogos da Juventude são mais 19.
“O nível de estresse é muito alto, mas o que motiva é o nosso objetivo principal que é sobretudo formar cidadãos, colaborando para que o atleta tenha uma boa formação e possibilidade de estudar em boas escolas. É um privilégio poder reencontrá-los mais tarde, bem sucedidos, em diversas profissões graças ao que o esporte proporcionou a eles.”
Dema foi 15 vezes técnico da Seleção Paranaense em campeonatos brasileiros e sete anos no comando da equipe de Maringá, na época Cocamar, onde foi bicampeão na Copa do Brasil. Quando técnico, a equipe da Cocamar obteve o maior média de público na Superliga de Vôlei, na década de 90, marca que perdura até hoje. A última vez que comandou uma equipe de superliga foi Maringá na temporada 2008/2009.
Pelas suas mãos já passaram mais de 50 atletas renomados nacionalmente. Dentre eles, Giba, oito vezes medalha de ouro na Liga Mundial, tricampeão mundial e ouro olímpico em 2004 e prata em 2008 e 2012. O mais recente é o atleta Rogerinho que começou a competir pelo Colégio Regina Mundi e representando a Seleção Brasileira foi eleito o melhor líbero no Mundial Infanto-Juvenil em 2011 e 2013. Hoje o atleta joga na equipe do Moda Maringá.
Desta equipe do Colégio Regina Mundi, o ponteiro Kaio Oliveira está excursionando pela Seleção Brasileira Infanto-Juvenil. “Para esta competição é uma perda muito grande, mas é uma honra ele estar representando o nome do colégio e do Estado”, comentou o técnico.
A parceria entre Dema e o Colégio Regina Mundi tem quase 30 anos. O colégio oferece bolsa de estudo para os atletas, e a parceria com a Prefeitura ajuda a manter os atletas de fora de Maringá em uma casa mantida pelo projeto. Num estilo de “pai/técnico”, Dema tem a tutela de uma dezena de pequenos sonhadores que escolheram o maior vencedor do voleibol para chegarem ao nível de seleções brasileiras. A cobrança não fica restrita à quadra, quem joga e treina com o técnico sabe que tem que se dar bem também nos estudos.
Apesar de sisudo, os cabelos brancos e o bigode que o transformaram num ícone da modalidade, se esconde um sujeito abnegado pelo que faz. Não é difícil nas quadras encontrar técnicos que respeitam a história e seus títulos, mas que querem a todo custo superá-lo. Rosana Roberta, técnica do Colégio Estadual do Paraná, é um exemplo: “A gente conhece a história, sabe da estrutura que o colégio dá, e sabemos que se viemos para uma competição pra ser campeão, temos que vencer Maringá.”
De longa data Dema é conhecido de Neuri Barbieri, presidente da Federação Paranaense e hoje, superintendente geral da Confederação Brasileira de Voleibol. O atual mandatário da CBV sela qualquer dúvida sobre a carreira, a índole e o caráter do treinador de Maringá: “Oxalá o vôlei brasileiro tivesse mais pessoas comprometidas com o descobrimento de atletas e com a formação de verdadeiros homens. Ele tem uma estrutura a seu favor e sabe aproveitar como ninguém. Atrás da aparência séria e às vezes carrancuda, existe um homem com muitas qualidades que deveriam ser conhecidas por todos.”
Fonte: SEET