Entre os fatores determinantes do desempenho em várias modalidades esportivas, um deles é pouco conhecido e muitas vezes não valorizado. Trata-se da eficiência mecânica. Esta variável quantifica o gasto de energia na realização de um determinado modelo de atividade física. É como se quantificássemos a eficiência de um motor que proporcione um movimento.
Do ponto de vista físico, a eficiência mede a chamada energia útil, ou seja o percentual da energia gasta que efetivamente é transformada em trabalho mecânico. O conceito de energia útil considera que a maior parte da energia efetivamente gasta no movimento é dissipada como calor e somente um certo percentual é transformado em trabalho mecânico.
A eficiência mecânica expressa portanto o percentual da energia gasta que é transformada em trabalho. Para correr, o aparelho locomotor pode alcançar um eficiência mecânica de até 25%, o que significa que cerca de 75% da energia gasta é transformada em calor e no máximo 25% é transformado em trabalho, ou seja origina o movimento.
O que se observa é que esta é uma qualidade física que tem grande influencia da genética, pois o biótipo é fator determinante da eficiência. Os corredores africanos quando foram estudados pela ciência tiveram comprovada uma eficiência mecânica excepcional, fruto de uma herança genética que origina o biótipo ideal para um corredor.
Ser mais eficiente para correr significa gastar menos energia para uma mesma velocidade, o que certamente é um fator diferencial para o desempenho.
O treinamento também pode e deve melhorar a eficiência mecânica. Os chamados treinos educativos visam exatamente coordenar melhor o movimento de corrida, e aperfeiçoar a execução do movimento economizando energia. Muitas vezes um calçado esportivo mais adequado à pisada também pode melhorar a eficiência, além de prevenir lesões.
O aprendizado de corrida em aclives e declives, também é extremamente importante para a eficiência mecânica. Outro fator que influencia na eficiência é a fadiga. Quando perdemos rendimento, a perfeição na execução do movimento é prejudicada e gastamos mais energia para uma mesma velocidade.
Matéria publicada pelo site Eu Atleta