Problemas cardíacos e até mesmo nas articulações podem ser prevenidos por praticantes acima de determinada idade. Médico dá alguns exemplos.
Master, sênior, veterano, ex-atleta. Estas são as designações variadas para indivíduos praticantes de esportes em geral com mais de 35 a 40 anos (no atletismo), apesar de que nadadores com mais de 25 anos chegaram a ter esse qualificativo de faixa etária porque os campeões tinham idades menores. Vamos discutir o atleta com aquela definição mais comum e que participa de atletismo em Jogos Mundiais com mais idade, geralmente divididos de cinco em cinco anos sem limite superior. Acredite, temos veteranos com mais de 90 anos!
A nossa preocupação atual é por acontecerem, cada vez mais, competições para essa turma animada onde o esporte é o foco e a preparação médica e fisiológica não faz parte da agenda preparatória. Usando exemplos reais de erros que servem de exemplos da nossa preocupação: um campeão brasileiro com mais de 70 anos resolveu se preparar por conta própria para um festivo torneio “master” de natação na Itália, e após um mês fazendo a dieta Atkins (aquela hiperproteica sem carboidratos, com a qual nós médicos do esporte não concordamos), teve importante queda da performance física que o levou a procurar ajuda médica. Evidente que isso iria acontecer, porque simplesmente acabou com a fonte energética, que são os carboidratos, e piorou a sua hipertensão arterial, não tratada convenientemente pois temia enfraquecer com a medicação.
Outro exemplo: veterano de vôlei profissional, com idade ao redor dos 60 anos, participando de várias partidas e torneios, e há anos sem avaliação médica competente, pois nunca sentiu algum mal estar para preocupá-lo. Subitamente teve dores no tórax numa das partidas no fim de 2014 e a considerou muscular. Após pedido da esposa, veio fazer avalição e descobriu que estava a beira de um infarto do miocárdio e as dores eram já de angina do peito. Acabou sendo tratado com angioplastia das coronárias.
Sem dúvida, após os 40 anos mesmo tendo sido um atleta/esportista sem problemas médicos, é obrigatória a avaliação médica direcionada primariamente para diagnóstico de doenças cardiovasculares silenciosas e fatores de risco cardiovascular, de alto poder letal, como hipertensão arterial , diabete, colesterol elevado e outros que não estão controlados como tabagismo, obesidade e até mesmo sedentarismo. Afinal, exercício uma vez por semana não resolve nada se for pensar em prevenção e saúde.
Outras questões a serem resolvidas pelo seu médico do esporte é o estado de seu aparelho locomotor: presença de artroses, lesões e roturas crônicas de tendões, músculos etc., estado funcional dos seus pulmões e, na verdade avaliar os principais órgãos do corpo, efetivos participantes “paralelos” nos exercícios físicos intensos como os rins , tireoide, fígado.
Conclusão: veteranos têm obrigatoriamente que se submeter a avaliação médica especializada, antes de recomeçar sua jornada esportiva para o prazer e para a saúde.
Matéria publicada pelo site Eu Atleta