O controle da respiração é uma função fantástica e totalmente regulada por um mecanismo extremamente preciso. Esta precisão assegura que, com exceção de algumas situações relacionadas a problemas neurológicos, absolutamente não se torna necessário “corrigir” a respiração voluntariamente como algumas vezes vemos ser orientado.
Como os músculos respiratórios são controlados voluntariamente, nós podemos aumentar ou diminuir a respiração de acordo com uma “decisão” nossa e quando isso é feito com a ideia de “corrigir” a respiração, certamente estaremos prejudicando o ajuste do mecanismo regulador. Portanto, não “pense” para respirar, deixe seu próprio corpo ajustar a respiração adequada.
Em algumas situações especiais como na natação, torna-se necessário coordenar a respiração com a exigência da situação, caracterizando porém uma circunstância especial. A função respiratória é regulada por um centro localizado no Sistema Nervoso Central, chamado Centro Respiratório, que funciona recebendo informações do teor de oxigênio e gás carbônico do sangue. Ele comanda através de impulsos nervosos a atividade contráctil dos músculos da respiração, principalmente o diafragma e os músculos intercostais.
O teor de oxigênio e gás carbônico do sangue arterial é “detectado” pelos chamados quimioceptores localizados dentro de grandes artérias, nas carótidas, na aorta e também no próprio centro respiratório, sempre em contato com o sangue arterial ou com o líquor que perfunde o sistema nervoso.
Quando a respiração começar a ser insuficiente para a produção de energia, por exemplo quando começamos uma atividade física, a tendência seria cair o teor de oxigênio no sangue e aumentar o teor de gás carbônico. Imediatamente os quimioceptores detectam estes teores e “bombardeiam” o centro respiratório com impulsos nervosos. De imediato o centro respiratório aumenta o comando sobre os músculos da respiração, aumentando sua atividade contráctil, o que aumenta o fluxo de entrada e saída de ar dos pulmões.
Com maior ventilação de ar nos pulmões, o sangue é mais oxigenado e o gás carbônico é eliminado, corrigindo os teores no sangue e assegurando o aporte adequado aos músculos em exercício.
Este ajuste é muito rápido e extremamente eficiente. O aumento da ventilação é sempre exatamente adequado para manter os teores corretos de oxigênio e gás carbônico no sangue. Ninguém precisa “pensar” para que este ajuste seja feito. Até mesmo aquelas respirações profundas que fazemos mesmo sem perceber, são fruto deste preciso mecanismo de regulação.
Matéria publicada pelo site Eu Atleta