Segunda graduação pode ser feita em menos tempo e permite que profissional prescreva dietas e suplementos aos alunos.
A carreira de educação física traz diversos desafios profissionais e variadas possibilidades de atuação. Para se diferenciar no mercado de trabalho, muitos acabam optando por cursos de especialização para aumentar o conhecimento em áreas como fisiologia do exercício, nutrição esportiva etc e outros optam por uma segunda graduação para poder combinar duas carreiras em uma mesma atuação.
Um dos cursos que mais combinam com a profissão de educação física é o de nutrição. Afinal, os cuidados com o corpo e com a saúde vão além da prescrição das atividades físicas. O cardápio de quem busca um estilo de vida mais saudável também precisa de reformulações. “Acho que educação física e nutrição dá o casamento perfeito. O profissional se torna completo e com múltiplas funções”, diz Glaucia Figueiredo Braggion, nutricionista da academia Prime Fitness e docente universitária.
Nutrição e Educação Física: casamento perfeito
Diante da possibilidade de voltar aos bancos da universidade, muitos profissionais acabam desanimados e optam por cursos de extensão universitária, pós-graduação ou mesmo cursos técnicos em nutrição. Todavia, ao optar por esses cursos, Glaucia conta que o profissional não poderá fazer a prescrição de dietas e suplementos, já que esta é uma competência assegurada por lei ao nutricionista.
“A graduação em nutrição vai dar a ele uma nova profissão com registro profissional. É uma vantagem que ele ganha ao fazer o curso, pois com o curso técnico ou uma especialização na área, ele não vai poder fazer prescrições, só complementar sua carreira e somar conhecimento”, diz Glaucia Figueiredo Braggion. Dessa forma, por mais que um aluno lhe questione sobre suplementos na academia ou busque indicações sobre dietas e ele saiba responder, caso ele o faça estará cometendo uma infração ética e o exercício ilegal da profissão de nutricionista.
“Eu sou nutricionista, não tenho formação em educação física, mas trabalho com esportes e faço doutorado. Nem por isso posso prescrever exercícios. Com o profissional de educação física, mesmo com mestrado ou doutorado, acontece a mesma coisa: se não tiver a graduação em nutrição, não pode atuar na área”, conta Glaucia.
Quem opta pela segunda graduação em nutrição sai na frente na questão do tempo
Por terem algumas disciplinas idênticas, o profissional de educação física elimina matérias e ganha quase um ano de diferença na hora de se formar, segundo a docente.
“Algumas universidades têm aulas de disciplinas básicas da área biológica em conjunto. Assim, em uma mesma aula há alunos de nutrição, de fisioterapia, de educação física etc. Em uma das instituições na qual trabalho, os alunos de educação física que decidem cursar nutrição eliminam quase que um ano inteiro do curso por causa disso”, diz.
Mas o profissional de educação física não vai encontrar só vantagens pela frente. Afinal, mesmo que não tenha muita intimidade com o tema, terá de fazer aulas de cozinha industrial, nutrição esportiva, administração etc. Outro ponto importante de ser destacado é a questão do estágio, que é obrigatório no último ano em todas as universidades brasileiras.
“Pela legislação, o aluno é obrigado a dividir o último ano em estágios nas áreas hospitalar, clínica e de produção de refeições para coletividade. A quarta área obrigatória é de livre escolha e pode ser feita na área esportiva, em marketing etc.” É compulsório que o aluno trabalhe na instituição do estágio durante um período do dia e, com isso, seus horários mudam, o que demanda certa flexibilidade no horário de trabalho. “Quem estuda à noite, vai ter que estagiar de manhã ou de tarde. Isso dificulta um pouco o trabalho, mas geralmente o pessoal da educação física trabalha de noite, no fim de semana e consegue também se organizar para passar por cada estágio, que tem duração de cerca de três meses, numa boa.”
Profissional de Educação Física graduado em nutrição amplia agrega valor a sua hora/aula e conquista mais alunos
Voltar a estudar pode ser desafiador para quem já tem um diploma. Afinal, é preciso passar por diversas etapas novamente, como prestar vestibular, voltar a ser calouro, fazer provas e trabalhos etc. Mas não vale desanimar: é preciso focar no plano de carreira sólido e de sucesso que terá pela frente.
Optar por uma universidade é o primeiro passo para essa nova etapa da carreira e Glaucia dá algumas dicas de como tomar essa decisão:
1- Conhecer a estrutura da universidade: visitá-la para ver como é recebido, como são suas instalações etc;
2- Analisar o quadro de docentes: no site da universidade há como checar os nomes e o currículo de cada professor, quantos são mestres e doutores e as pesquisas as quais se dedicam;
3- Checar se a universidade investe em pesquisa e extensão universitária e quais os programas que ela tem, pois ajuda a formar profissionais mais atualizados e com recursos mais interessantes;
4- A nota do Enade: notas entre 3 e 4 já são interessantes;
5- Opinião dos alunos: durante a visita à instituição, converse com quem estuda lá para saber o que acham do curso, dos professores, da universidade.
6- Preço: de acordo com Glaucia, um curso que cobra menos do que R$ 700 dificilmente terá professores dedicados e bem pagos, o que compromete a qualidade do ensino.
Ao somar uma graduação em seu currículo, o profissional de educação física amplia sua área de atuação e agrega valor a sua hora/aula e conquista mais alunos instigados a transformar o estilo de vida e o corpo e adquirir saúde.
Fonte: Portal EF