Segundo Moser a formação que os educadores físicos costumam recebem não busca levar o esporte para todos, “Infelizmente as faculdades e universidades não formam os professores para isso. A cultura que temos do esporte, leva muito para trabalhar com os melhores, e a educação tem que ampliar esse olhar para todos”.
As faculdades não formam educadores que incluem, e sim que selecionam os melhores, diz Ana Moser.
Em passagem por Três Lagoas, para o lançamento oficial do Centro de Referência Esportiva de Três Lagoas (CRE), Ana Beatriz Moser, um dos grandes símbolos do voleibol feminino do Brasil, disse em entrevista para o Jornal do Povo, que no país a prática esportiva ensinada pelos professores, não buscam incluir todos, e sim selecionar os melhores.
Ana é presidente do Instituto Esporte & Educação, que atua há 15 anos, em 22 estados e mais de 60 municípios, de maneira contínua. A entidade atende a crianças e adolescentes em atividades esportivas e sócio-educativas, promovendo a formação de professores e estagiários, que desenvolvam a metodologia do esporte educacional.
Segundo Moser a formação que os educadores físicos costumam recebem não busca levar o esporte para todos, “Infelizmente as faculdades e universidades não formam os professores para isso. A cultura que temos do esporte, leva muito para trabalhar com os melhores, e a educação tem que ampliar esse olhar para todos”.
Conforme explica Ana, a ideia do IEE é disseminar a metodologia para professores e estruturas educacionais para atender a todos, e não atender só os melhores. “Temos que garantir o direito de todos, um direito constitucional previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca). Para conseguir alcançar esse objetivo é preciso de adequação, metodologia. Porque o esporte ensinado em busca ou para os talentosos, não é o mesmo do esporte para todos”.
A presidente ressaltou “Dessa forma o IEE funciona para quebrar esses paradigmas, e buscar incluir pessoas pelo esporte, pela educação, com o olhar de atendimento para todas as crianças”.
O IEE oferece para os 150 professores que participam do Centro de Referência Esportiva de Três Lagoas, formação continuada mensal, com duração de dois a três anos. Ajudando a desenvolver e qualificar a pratica de esporte nas aulas de educação física, nas escolas e espaços como CRE e em outros espaços públicos.
Outro ponto destacado por Ana foi à falta de atividades motora, que cada vez menos, são praticadas pela população, “Vivemos hoje com um baixo nível de atividade motora praticada. As crianças não sabem brincar, ou quando brincam só usam computadores, tablets e eletrônicos, deixando de lado as atividades esportivas. Um mal das cidades grandes que agora atingem as cidades menores”.
“É comprovado que a prática motora desenvolve questões cognitivas, socioafetiva, autoconhecimento, autoestima, melhora as notas nas escolas, e proporciona uma série de benefícios que só tem quem faz. Porém nos últimos anos estamos tirando isso das escolas e da vida dos jovens, tem que reintroduzir, e essa é a nossa estratégia, voltar a trazer atividades motora”.
Há dois anos a Ana Moser vêm a Três Lagoas para acompanhar o desenvolvimento do CRE da cidade, “Aqui temos o diferencial de oferecer várias modalidades, saindo da monocultura do futebol, isso é muito positivo”.
Matéria publicada no site JP News