Segundo médico, atividade física de baixa intensidade traz benefícios para a gestante e para o bebê.
Durante a primeira gestação de Rosita Belinky, ela não deixou o esporte de lado. Praticante de escalada, a mãe de Gabriel e Tatiana encarou os paredões até o momento em que seu corpo começou a atrapalhar na hora de realizar alguns movimentos. “Quando estava grávida do Gabriel, escalei até o sexto mês, e nadei até a véspera do parto. Na escalada chega uma hora em que a barriga atrapalha, não tem mais posição para ‘encaixar’ na parede”, explica.
Já durante a gravidez de Tatiana, sua segunda filha, a tradutora e intérprete adotou atividades físicas diferentes, mas não deixou de praticar esportes. “Com a Tati eu pratiquei spinning e pilates – em um ritmo bem menos acelerado – até o sexto mês também. Eu brincava de stand-up paddle quando ia à praia. Com a Tati na barriga e o Gabriel pegando carona”, relembra.
Belinky foi sempre fisicamente ativa durante suas gestações, mas não começou a praticar esportes somente quando engravidou. Antes de ser mãe, ela já tinha como rotina a escalada, spinning e natação.
“Ninguém deve tentar entrar em forma durante a gestação. A atividade física é sempre saudável, mas quando a mulher está grávida é preciso tomar alguns cuidados”, explica Julio Elito Junior, obstetra e professor da Universidade Federal do Estado de São Paulo.
A prática esportiva, inclusive, pode auxiliar no controle de algumas doenças adquiridas em função da gravidez. “O diabetes gestacional, por exemplo, é controlado com acompanhamento nutricional e também com a prática esportiva, portanto uma mãe ativa pode influenciar de forma direta na saúde de seu bebê”, explica.
O médico ressalta que a escolha do esporte durante esse período e uma orientação profissional adequada são essenciais. “Atividades que envolvem impactos devem ser evitadas. Assim como as que exigem muito de articulações, pois durante a gravidez um hormônio relaxa essa parte do corpo em função do parto”, afirma.
Atividades aeróbicas-Durante as suas duas gestações Belinky se preocupou em não deixar o esporte de lado, mas com uma intensidade de treinos bem menor. Segundo ela, a única alteração que sentiu era o cansaço, que chegava mais rápido.
Diminuir a intensidade da atividade física é fundamental para a saúde do bebê, ressalta Elito, por isso exercícios aeróbicos são os mais indicados. “Durante uma atividade anaeróbica a temperatura do corpo aumenta bastante, existe uma hipertermia. Essa temperatura exagerada é nociva ao bebê”, afirma o médico, lembrando que os batimentos cardíacos também devem ser controlados. “O número de batimentos por minuto deve ficar abaixo de 140”.
Proteger o abdômen- Assim que uma mulher engravida a barriga se torna uma das regiões mais sensíveis do corpo e proteger essa área de batidas e traumas é fundamental para a saúde do bebê. “No primeiro trimestre da gestação existe um risco muito grande de aborto espontâneo, que chega na casa de 15% e isso sempre está relacionado ao excesso de esforço”, aponta o médico.
Além de não abusar do condicionamento físico outra preocupação que qualquer grávida praticante de atividade física precisa ter é sobre a escolha do esporte. “Qualquer esporte que envolva um risco de queda, como por exemplo, mountain bike, deve ser evitado”, aconselha Elito. “Praticar um trekking leve, musculação ou esportes aquáticos são mais apropriados”.
O médico diz que esportes a remo estão na listagem de modalidades adequadas, desde que aconteçam em águas calmas. “A mensagem mais prudente aqui é que trauma e risco de queda são coisas perigosas. A durante a gravidez essas são coisas que precisam ser evitadas”, finaliza o obstetra.
Matéria publicada no site Webventure