A polêmica envolvendo a atuação dos técnicos de futebol no Brasil voltou a tona nesta semana. A necessidade ou não de diploma e registro no CREF tem sido motivo de discussão da categoria já há algum tempo e não deve cessar tão cedo, afirma Sérgio Nascimento, presidente do Sinpefepar.
No Brasil, é comum que um jogador que tenha se destacado como atleta exerça a função de técnico de um time. Entretanto, os representantes do Profissionais de Educação Física (CREF e SINPEFEPAR) defendem que a experiência como jogador nem sempre capacita estas pessoas para exercerem a função de técnico, a qual exige do profissional orientar, planejar, coordenar, organizar e executar programas e treinamentos especializados.
Nos últimos anos, diversos profissionais tiveram seus casos levados à justiça, acusados pelo CREF de exercerem a profissão ilegalmente. Em ações regionalizadas, os conselhos mantém uma luta contínua para fazer valer o diploma dos profissionais de educação física, valorizando-os no mercado de trabalho e garantindo aos jogadores de futebol melhor orientação no esporte.
A última notícia divulgada sobre a questão envolve o CREF-SP e a decisão do Tribunal Região Federal em dar aos técnicos de futebol a isenção de registro no Conselho, sejam estes sejam treinadores de clubes profissionais, amadores ou escolinhas. “O CREF irá recorrer da sentença. Somos a favor do CREF e pelo registro destes profissionais e estamos unidos nesta luta. Técnicos que atuam sem formação ocupam a vagas de profissionais verdadeiramente capacitados”, afirma Nascimento.
Contudo, a conscientização sobre a importância da formação acadêmica e do registro no CREF tem crescido em todo o país. Prova disso, é que no próprio CREF São Paulo numero de profissionais registrados atingiu o número de 100.000, sendo o seu último registro de Pelé. Ele recebeu a Cédula de Identidade Profissional número 100.000 das mãos do presidente do CREF4, Flavio Delmanto, e emocionou a todos os presentes, em solenidade realizada em Santos, no último dia 20 de agosto. Com a cordialidade e a alegria que o caracterizam, Pelé pronunciou-se, após assinar a sua Cédula de Identidade Profissional: “Espero não decepcionar a nossa classe!”.
Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, formou-se na Faculdade de Educação Física de Santos (SP) em 1974. Ele comentou ter-se dedicado aos estudos graças ao incentivo de seu pai, João Ramos do Nascimento, o Dondinho. “Meu pai sempre dizia que futebol era um dom que Deus tinha me dado e que eu só precisava aperfeiçoar, mas que quando parasse de jogar, eu precisaria ter conhecimento e educação e que frequentar a escola era importantíssimo”, lembrou Pelé.