A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte por meio de um posicionamento oficial sobre a atividade física e saúde na infância e adolescência definiu que a atividade física é qualquer movimento como resultado de contração muscular esquelética que aumente gasto energético acima do repouso e não necessariamente a prática desportiva.
No entanto o grau da resposta óssea às cargas mecânicas depende da força mecânica criada pelo exercício, fatores hormonais, dieta, fatores adicionais, o qual inclui também a genética e a idade. Os benefícios da prática regular de atividade física são inúmeros, dentre eles podemos afirmar que um estilo de vida ativo em adultos está associado à redução da incidência de várias doenças crônico-degenerativas bem como à redução da mortalidade cardiovascular e geral.
O efeito do exercício físico em alterar a massa óssea muda com a idade e o desenvolvimento. No crescimento infantil, a modelação óssea é rápida, existindo um aumento do tamanho e da modelação por reabsorção. A massa óssea máxima é obtida ao final da terceira década de vida. Nos adultos, o esqueleto é continuamente remodelado ou alterado, embora a massa óssea permaneça estável com pouco ou quase nenhuma modelação. A idade avançada gera a falta de equilíbrio entre reabsorção e formação que resulta em cerca de 5% de perda de massa óssea por década.
Sendo assim, o aumento da massa corporal (crescimento) pode ser acelerado antes da chegada da maturação, a qual se acelera com a chegada da puberdade 1,9. Uma vez alcançada a maturação óssea, o crescimento tende a diminuir ou mesmo cessar, apesar dos ossos estarem em crescimento até o final da segunda década 4,9,5. A atividade física intensa, principalmente quando envolve impacto obtido com a prática de esportes coletivos e individuais, favorece um aumento da massa óssea na adolescência e poderá reduzir o risco de aparecimento de osteoporose em idades mais avançadas, principalmente em mulheres pós-menopausa.
O estirão de crescimento da adolescência de meninos regularmente envolvidos com esporte foi mais precoce em relação a meninos inativos, comprovando que a atividade física contribui para o alcance da massa corpórea final determinada geneticamente, que poderia não ser alcançada caso a maturação óssea fosse atingida sem este benefício (estirão de crescimento precoce).
Desta forma, cirurgiões dentistas que concedem diagnósticos sobre crescimento crânio-facial e educadores físicos que ministram aulas de práticas desportivas devem agir de forma interdisciplinar e considerar a atividade física na infância e na adolescência prescrição corriqueira dentro de suas áreas de atuação, para que crianças e jovens além de se beneficiarem com a ausência de sedentarismo e aumento da qualidade de vida, possam alcançar a sua totalidade de massa corpórea pré-determinada geneticamente.
Matéria publicada pelo site Unicastelo