Isotônicos trazem vantagens para treinos curtos de até 30 minutos

Fisiologista diz que não existe um “tempo mágico” para determinar quando somente a água vai deixar de atender as necessidades do exercício físico.
 
As chamadas bebidas esportivas ou isotônicos apareceram no mercado a partir das duas ou três últimas décadas e seu consumo praticamente se incorporou como hábito para grande parte dos praticantes de atividades físicas. Apesar do grande número de informações pertinentes a estes produtos disponíveis para o consumidor, percebemos ainda existirem algumas dúvidas e controvérsias quando se faz comparação entre o consumo de isotônicos e da água.
 
Uma das informações mais prevalentes diz respeito à indicação dos isotônicos somente quando a duração da atividade ultrapasse uma hora ou mais. Isto procede? Será que existe alguma coisa que só se altere quando o “tempo mágico” de uma hora é atingido?
 
Na grande maioria das situações, principalmente em treinos ou provas que ultrapassem 20 a 30 minutos, já se deve considerar que os isotônicos podem trazer vantagens em relação à água. A composição de carboidrato nos isotônicos pode prolongar o tempo de tolerância até este limite. Sempre vale levar em consideração os fatores citados acima, e principalmente, vale a percepção individual de benefício que seu consumo pode trazer.
 
O consumo de água durante e após qualquer atividade física é absolutamente necessário como todo mundo sabe. Evitar a desidratação e repor o líquido perdido pelo suor é uma necessidade básica para qualquer praticante de atividade física. Como sabemos, os isotônicos contém água, sais minerais e carboidrato.
 
A sudorese se intensifica já nos primeiros minutos de qualquer atividade física com uma intensidade dependente de alguns fatores:
– Temperatura ambiente
– Umidade relativa do ar
– Intensidade do exercício
– Característica individual de produção de suor
 
O que decorre da existência destes fatores é uma necessidade de reposição muito variável de um indivíduo para outro, o que torna impossível estabelecer qualquer parâmetro de recomendação de forma generalizada.
 
Outro aspecto importante está relacionado ao que necessitamos repor além da água perdida pelo suor. Com a sudorese perdemos água e sais minerais, principalmente sódio e sua reposição é também necessária dependendo da quantidade perdida.
 
É também difícil dizer a partir de quando começa ser necessário repor sódio, pois isto também depende dos mesmos fatores, acrescido pelo fato de que existe grande variabilidade da quantidade de sódio no suor de um indivíduo para outro. As vezes notamos corredores que perdem tanto sódio no suor que a roupa chega a ficar esbranquiçada, sinal do acúmulo deste mineral pelo suor produzido.
 
Estes indivíduos certamente precisam repor sódio muito mais precocemente durante a atividade. Finalmente chegamos em outro componente dos isotônicos que é o carboidrato. Também aqui é difícil estabelecer um tempo a partir do qual se torne necessário repor carboidrato. Sabemos que o carboidrato é a fonte básica de energia durante a atividade, é a “gasolina” dos músculos, e que os músculos possuem um estoque deste nutriente. Quando a atividade se prolonga, vai chegar um momento que este estoque pode acabar.
 
Por Turibio Barros
 
Matéria publicada no site Globo.com
 

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